quinta-feira, 31 de maio de 2012

Os Seres do Amanhã 3 - Índigos e Cristal

                                

                     Índigos, Indignados e Mal-Educados



Caros leitores, este talvez seja , dos três textos sobre crianças índigo, o mais difícil para mim. Não pretendo, de modo algum, dar lições ou receitas de como educar nossas crianças. Longe disso. Apenas espero seguir com minhas reflexões e quem sabe ter alguma sugestão para amenizar os crescentes conflitos familiares, muitas vezes potencializados e vividos precocemente quando tratamos com esses Seres do Amanhã.

Para tanto resolvi iniciar com um texto do dr. Içami Tiba, de seu livro “ Quem Ama, Educa!”. No capítulo 4 – Situações Críticas -  o dr. Içami Tiba escreve um sub-título muito interessante. Vamos a ele.

·        Crianças Hiperativas

 Muitas crianças e adolescentes mal-educados estão tomando Ritalina, medicamento que se destina ao tratamento do distúrbio do déficit de atenção (DDA), uma disfunção psico-neurológica que provoca dificuldade de concentração, ou déficit de atenção, ou ainda hiperatividade. Descrito há apenas poucos anos, esse distúrbio foi por muito tempo menosprezado e mal conduzido.
Agora, no entanto, está havendo exageros e confusão a esse respeito. A Ritalina não atua sobre mal-educados. Ainda assim, diagnósticos apressados e equivocados têm feito pessoas mal-educadas ficarem à vontade para continuar mal-educadas sob o pretexto de que estão dominadas pelo DDA. O fato de serem consideradas doentes facilita a aceitação de seu comportamento impróprio.
Claro, é mais fácil mesmo agir sem a necessária adequação de ser humano e cair na escala animal, liberando tudo o que se tem vontade de fazer... Concentrar-se dá trabalho. Exige esforço mental. Como a criança não suporta isso, começa a se agitar, a prestar a atenção em outra coisa.
Portanto, antes de os pais lidarem com o filho como apenas um mal-educado ou como apenas um portador de DDA, é importante que consultem um médico e recebam a orientação correta, base fundamental de boa educação.
Tanto o portador de DDA como o mal-educado são irritáveis, por falta de capacidade de esperar. A espera é um exercício.
São impulsivos, por falta de capacidade de se controlar. Estão sempre tentando fazer coisas.
São também agressivos. Em vez de reagirem adequadamente, é mais fácil para eles liberar a agressão, um dos primeiros mecanismos de defesa do ser humano.
Ambos são instáveis. Ora estão bem, ora estão mal.
Observe alguns dos principais sintomas presentes no portador de DDA  (mas que também podem ser simplesmente falta de educação) :
·        Distrair-se com “pensamentos internos” e cometer muitos erros por pura distração (ortografia, acentos, pontuação etc.).
·        Não ouvir a pergunta até o fim e já ir respondendo.
·        Não ler a pergunta até o fim; esquecimentos em geral: de material escolar, recados, estudos feitos na véspera etc.
·        Não esperar ser chamado
·        Interromper a fala dos outros.
·        Agir antes de pensar e desanimar-se com facilidade.
·        Tirar freqüentes notas baixas apesar da inteligência.
·        Permanecer muito tempo ligado no que interessa e desligar-se do que não interessa.
·        Acordar eufórico querendo resolver tudo naquele dia, mas acabar sendo vencido pela preguiça.
Quanto maior o número de sintomas e o tempo de permanência deles, tanto mais se configura a presença de DDA.
Há, porèm, algumas notáveis diferenças entre um portador de DDA e um mero mal-educado. O portador de DDA continua agitado diante de situações novas, isto é, não consegue controlar seus sintomas. Já o mal-educado primeiro avalia bem o terreno e manipula situações, buscando obter vantagens sobre os outros. (op.cit.,pág 152/154).


Desde de o primeiro dos meus textos tenho ressaltado as semelhanças entre DDA e crianças índigo. Mas  a semelhança entre um índigo e um mal-educado pode  ser assustadoramente maior. E é muito fácil entender porque.

Como já dissemos nos textos anteriores a criança índigo questiona todo tipo de  autoridade absoluta, a rigidez patriarcal. Bem quando começamos a quebrar as regras sem termos algo bem definido para colocar no lugar, estamos diante do caos. Estamos todos de acordo que a exacerbação da rigidez patriarcal está ultrapassada, mas como agir para garantir um equilíbrio nos processos de educação e socialização? Como agir com alteridade, se ainda nem sabemos ao certo como é viver isso em nossa individuação?

É mais do que sabido que crianças precisam de limites claros e bem definidos para um desenvolvimento psíquico sadio. Mas como estabelecer esses limites com crianças que estão nos questionando o tempo todo, que quebram regras, que não aceitam respostas simplistas e/ou autoritárias?

Às vezes, no dia-a-dia, o cansaço pode ser tanto que deixamos passar, que fazemos de conta que não vemos ou, o que é pior, nos encolhemos diante de nossa impotência. Nada pode ser mais prejudicial em educação do que estas atitudes. Nada pode ser mais perigoso do que estas atitudes quando lidamos com crianças índigo.

Ter uma criança mal-educada em casa é como ter TNT prestes a explodir. Ter uma criança índigo mal-educada em casa é como ter em mãos uma bomba atômica. Tudo para essas crianças é potencializado. Para o bem e para o mal.

Não pretendo ser alarmista. Apenas espero deixar uma mensagem mais realista em contraposição ao ufanismo criado em torno das crianças índigo como seres especiais e superiores.

Ao meu ver, são sim Seres Especiais, mas que precisam dos pais e educadores, tanto quanto qualquer ser humano para crescer sadio, pleno. Precisamos estar preparados para a mudança de paradigma da sociedade patriarcal. Precisamos estar preparados para mudar.

Especificamente o que é estar preparado para mudar? É mudar internamente. É acreditar e investir em si mesmo e no processo de individuação. É mover-se. É ter flexibilidade.

Flexibilidade... Talvez esta seja a palavra chave para a transformação!

Tudo o que enrijece fica estagnado. E, segundo o I Ching, tudo o que é estagnado deteriora-se.

Como colocar limites claros diante de tantos questionamentos?

·        Sendo assertivo e não agressivo.

Ser assertivo é ser pontual : o sim é sim / o não é não / por estas e estas razões e ponto.

A agressividade é um dos piores caminhos a serem tomados diante de qualquer criança e de qualquer adulto também. Mas tratando-se de crianças índigo ou de adultos indignados, a agressividade é ineficaz. Não adianta medir força com quem tem a convicção de estar certo. E na  maioria das vezes, o índigo que estiver agindo como índigo/ indignado e não como mal-educado estará certo mesmo. A agressividade frente a seres com esse potencial energético transforma uma discussão ou briga familiar naquela explosão atômica. Seres índigo sabem quem são; sabem o que querem; sabem o que precisam para consegui-lo. São extremamente inteligentes e com um poder de manipulação acima da média. Não medirão esforços até encontrarem o que procuram. Nem que para isso às vezes utilizem essa agressão que encontram em seu meio de maneira desmedida e perigosa. Ou ainda, voltem essa agressão para si mesmos. Uma auto-agressão doentia e mórbida.

·        Sendo paciente e não passivo.

A paciência é uma qualidade muito necessária para o auto-desenvolvimento. O paciente espera e entrega-se ao médico para a cura. O paciente dá-se o tempo necessário para que as mudanças ocorram. Para que o imaturo amadureça. Para que a poeira assente. Para que o insight aconteça.


Mas aquele que está ciente de sua paz –“ paz-ciente” – pode  esperar pelo tempo do outro, pela necessidade do outro, pelo amadurecimento e bem-estar do outro. Aquele que está ciente de si e do outro e de sua paz e poder está agindo com alteridade. E isso é muito diferente de ser passivo. Agir com paz-ciência  é respeitar a individualidade do outro. É saber o momento certo de estabelecer pontualmente o limite – ser assertivo. Agir com paz-ciência é também saber quando e porque parar, quando e porque recuar, voltar atrás.

Avançar, parar, recuar, voltar requer movimento e só se movimenta plenamente quem é flexível. Quem movimenta muda. Quem muda transforma.

Essa é uma educação para a Nova Era. E ela começa consigo mesmo. Primeiro temos que nos educar dentro desse novo paradigma para depois educar os outros. É bom saber porque essa regra ou esse valor é certo para mim, antes de querer transmiti-lo para alguem. Assim será mais fácil o outro acreditar em mim e aceitar o meu limite, não como uma ordem, mas como uma verdade. Assim abre-se espaço para o questionamento.

Muitas vezes a crítica, a não aceitação de uma regra ou imposição acontece apenas porque a criança pode estar percebendo algo que não vemos ou sentimos. Como o dinamismo de alteridade abarca tanto padrões do dinamismo patriarcal como  matriarcal, muitas vezes a proximidade com o inconsciente pode fazer dessas crianças radares captando tanto o inconsciente familiar quanto o coletivo, sem contar as próprias invasões do inconsciente pessoal.

Neste ponto é conveniente abandonarmos a lógica racional e cartesiana, tão enaltecida pelo mundo patriarcal e buscarmos recursos como a intuição, o sentimento e a percepção diferenciada para encontrarmos novos meios de agirmos, avançando ou retrocedendo frente às regras pré-estabelecidas e muitas vezes preconceituosas.

Enquanto escrevo isso uma imagem muito forte se forma em minha mente. É como se essas crianças índigo necessitassem de um acolhimento muito terno e intenso para não saírem em revoada. Um acolhimento, uma  contenção da alma para enquadrar-se neste plano. Em termos psicológicos poderíamos dizer em  estruturação do Ego para não ser invadido pelo inconsciente. Mas é ainda mais que isso. É a alma em seu significado mais profundo que precisa ser cuidada, alimentada. Como um cinturão de energia que nos envolvesse criando para todos os Seres um amanhã multicor.

Terminarei com versos de Drumond, pois as palavras me faltam e nesses momentos os poetas são imprescindíveis.

“ Amar se aprende amando.
 Sem esquecer o real cotidiano,
 também matéria de poesia”.


Bibliografia
  • Içami Tiba “ Quem Ama Eduaca!”  ed. Gente SP/SP 2002.







Um comentário:

  1. Realmente esse assunto índigo/Cristal é um tema bastante polêmico e controverso, eu mesmo tenho dúvidas de ser um índigo também, no entanto, ao meu ver, os jovens já detém uma linha de pensamento demasiada diferente da gerção passada, por exemplo: a orientação sexual das pessoas já é aceita com naturalidade, sem repressões ou algo do "mau', diferente da geração dos nossos avós, na qual o fato de ser gay poderia ser motivo para você ser enforcado em praça pública. Também a questão das hierarquias corporativas, o dilema nas décadas passadas era de respeitar seus superiores, eles mandavam em você, podiam inclusive opinar e palpitar na vida particular da pessoa, o dilema dos jovens de hoje é o respeito recíproco, daí foi instituída a pena do assédio moral, que dá cadeia. Só o que eu vejo nisso tudo, é uma resistência da geração antiga de se moldar para a geração nova, ou seja, a sociedade continua resistindo inutilmente a uma coisa que vai mudar nas próximas décadas, pensamentos arcaicos que só limitam o viver das pessoas. O que eu poderei fazer para ajudar a mudar o mundo, eu farei e estou disposto a dar a cara a tapas de isso for preciso...

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