terça-feira, 29 de maio de 2012

OS SERES DO AMANHÃ - ÍNDIGOS E CRISTAL

                         
Há um tema que nos últimos anos tem chamado muito a minha atenção, sobretudo depois que minha filha nasceu e entrou na escolinha. Gostaria  de dividir com vocês essas minhas considerações e refletir sobre algo novo, mas fundamental para a saúde psíquica da nossa sociedade. Esse é um assunto extenso e não tenho a pretensão de concluí-lo agora, ao contrário quero apenas levantar a pontinha do véu e convidá-los para empreender comigo esse estudo, essa descoberta. Toda e qualquer consideração será bem vinda e me ajudará a avançar neste novo desafio.

Por opção, após o nascimento da minha filha, não voltei a atuar profissionalmente o que me deixou com tempo “livre” para observar coisas novas e cotidianas e estudar um pouco mais de filosofias que pudesse me dar uma explicação razoável para essas observações. Quando se desenvolve a “escuta terapêutica”, você não a abandona porque não está dentro de um consultório, o que muda é a sua forma de intervenção.

No setting terapêutico você é analista e conduz seu trabalho com alguém que foi buscá-lo profissionalmente. Mas no dia-a-dia são muitos os pedidos de ajuda e exposições de conflitos que nos atinge enquanto sociedade, mas que não sei ao certo qual a melhor forma de intervenção, pois afinal somos sujeitos e objetos desse mesmo enredo. Bom, uma luz vermelha acende constantemente diante de meus olhos me chamando a atenção para uma mudança brusca em nossas crianças, em nossos adolescentes, provocando uma inquietação à qual não pude ficar indiferente.

Dois momentos distintos de um mesmo movimento.

Cada vez mais adolescentes estão praticando atos como o “cutting” ou tentativas de suicídio, muitas vezes apenas como desafios para estar dentro da turma, mas com atos que levam a risco à vida , ou no mínimo deixam severas cicatrizes quer física quer psíquica.
Cada vez mais nossos bebês são introduzidos precocemente em berçários e escolinhas de educação infantil.

Coincidentemente, ou não, cada vez mais diagnósticos de Transtornos de Personalidade Borderline, TOC, Hiperatividade, DDA, TDAH, proliferam em escolas e consultórios. A ponto de esses termos terem se tornado corriqueiros e numa completa inversão de valores, alguns pais desavisados, falam de seus filhos hiperativos como um mal necessário, tipo mal do século.

A primeira pergunta que me fiz foi a seguinte: Porque o aumento desses diagnósticos? De fato aumentou o a incidência ou o rigor dos métodos diagnósticos? Se aumentou a incidência, que sociedade é essa em que vivemos que convive e promove o aumento de transtornos de personalidade ou hiperatividade tratando-os como se fosse um vírus de gripe corriqueira, ao qual todos estão expostos. ( Não quero menosprezar aqui o vírus da gripe, com todo respeito).

Como o estudo das sociedades matriarcal e patriarcal sempre norteou meu pensamento e, quem estiver familiarizado com a teoria junguiana bem conhece o conceito dos ciclos matriarcal, patriarcal,de alteridade e cósmico de desenvolvimento da personalidade, foi essa minha primeira via de avaliação.

É como se a sociedade patriarcal em que vivemos estivesse chegando ao seu limite. Um passo em direção a alteridade precisa ser tomado, não apenas enquanto indivíduos, mas enquanto consciência limite da sociedade. Falar sobre a sociedade patriarcal requer  textos a parte.

E enquanto me dedicava a isso fui  presenteada com um livro sobre crianças índigo, já ouviram falar? Mas antes de prosseguir quero fazer aqui uma grande ressalva alertando para o cuidado de mais um rótulo para as nossas crianças. Esse termo passou a ser usado indiscriminadamente por pessoas que transformaram as crianças, todas elas,  em avatares da humanidade, encarregados de fazerem por nós o trabalho de desenvolvimento quer espiritual quer psíquico que não nos dispusemos a fazer individualmente.Todo cuidado é pouco.

Crianças Índigo”,Lee Carrol e Jan Tober, Butterfly editora, é um dos primeiros livros sobre o tema. Livro de auto-ajuda é destinado aos pais, educadores, psicólogos e todos aqueles que se dedicam as crianças. Jan Tober entrevistou Nancy Ann Tappe, a primeira a identificar e a escrever sobre índigos em seu livro “Understanding Your Life Through Color ( Entendendo sua vida através da Cor). Segundo Nancy, resumidamente, cada pessoa emite uma cor  que identifica sua missão na vida, no planeta. Nancy consegue ver essa cor e conta que a partir dos anos 70 /80 percebeu que uma nova cor estava surgindo, isto é, estavam  nascendo crianças que apresentavam uma cor diferente do padrão já identificado, e essa cor é o índigo.

Recomendo a leitura do livro, pois não pretendo me estender sobre ele. Apenas, mais adiante, citarei as dez características mais comuns das crianças índigo, segundo os autores.
Bem, voltando ao ponto de partida, como disse essas reflexões começaram a partir da vivência cotidiana, com minha filha e as crianças que a cerca. Não sei quantos de vocês já tiveram a impressão de que tudo o que se aprendeu é inútil quando se trata dos próprios filhos. Bem a medida que minha pequena cresce, cresce também o número de vez em que estou em minha cozinha e penso que deveria rasgar o meu diploma e começar tudo de novo.Uma enorme sensação de que tudo o que aprendi sobre desenvolvimento infantil já não serve, está ultrapassado, é obsoleto.

Mãe desavisada, marinheira-de-primeira viagem, a tendência imediata é pensar que seu doce pimpolho é super dotado, sonho de todo ego envaidecido de mãe. Mas como o senso crítico de meu ego engolfado no ciclo patriarcal sempre me leva ao questionamento, abandonei as resposta mais simples, arregacei as mangas e fui à luta para entender um pouco do que está acontecendo. Até porque, minha filha não é a única criança de nossas relações que apresenta essa velocidade de desenvolvimento que nos deixa perplexa. Não, se trata de algo maior, não meu ou da minha família, mas da sociedade.

A entrada dela no mini-maternal foi um corte não apenas do cordão umbilical emocional, mas também da quebra de referência dos modelos idealizados ou aprendidos do que é educar.

Como se ampliou o contato com diferentes crianças de diferentes realidades, o padrão começou a se repetir. Mais e mais relatos de pais que pensam que não dão conta de acompanhar a rapidez com que seus filhos se desenvolvem, pensam, respondem, interagem e principalmente descobrem uma forma nova, própria de fazer suas coisas. Duas certezas começaram a se estabelecer.

Essas crianças parecem necessitar de mais de um adulto para satisfazerem a velocidade com que precisam e absorvem os estímulos e, decididamente, elas são diferentes de nós quando tínhamos a idade deles. Estamos diante de seres que trazem um novo paradigma para a humanidade, estamos diante dos Seres do Amanhã. Suas principais características são: (segundo Lee Carrol e Jan Tober)

  1. Elas nascem, sentem-se (e agem) como nobres.
  2. Acreditam “merecer estar neste mundo” e se surpreendem quando as outras pessoas não pensam da mesma maneira.
  3. Não têm problemas de auto-estima. Costumam dizer com freqüência aos pais “quem são”.
  4. Têm dificuldades em lidar com autoridades absolutas (sem explicação ou possibilidade de questionamento)
  5. Recusam-se a desempenhar determinadas tarefas. Esperar em fila, por exemplo, é algo difícil para elas.
  6. Frustam-se com sistemas ou tarefas que seguem rotinas ou rituais repetitivos em que não possam usar a criatividade.
  7. Costumam identificar maneiras mais eficazes de fazer as coisas tanto em casa quanto na escola, o que as torna verdadeiras “destruidoras de sistemas” ( não se adaptam a qualquer tipo de convenção).
  8. Parecem não se relacionar bem com pessoa alguma que não seja igual a elas. Se não encontram ninguém com quem possam compartilhar suas idéias e opiniões fecham-se e sentem-se incompreendidas. A escola normalmente é uma experiência difícil para elas em termos sociais.
  9. Não respondem a técnicas de disciplina associada à culpa (“espere só seu pai chegar em casa e ver o que você fez”).
  10. Não têm vergonha ou problemas em expressar suas necessidades.

Ah! Só para terminar, essas crianças estão mudando o paradigma de consciência da humanidade e já estamos no século 21. Será que eles é que são do amanhã ou o futuro já chegou?




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